23 de abril de 2024
Utilização Integral dos Alimentos
Os alimentos que serão mencionados são os alimentos in natura, que de acordo com o “Guia alimenta...
Saiba mais
Dois Conceitos, Um Objetivo: Garantir o Direito à Alimentação! Se você já confundiu segurança alimentar com segurança dos alimentos, saiba que não está sozinho. Embora pareçam sinônimos, os dois termos pertencem a campos diferentes do debate público- um relacionado ao acesso à comida e outro à qualidade do que consumimos. Entender essa diferença é essencial para enfrentar um dos maiores desafios do século: garantir que todas as pessoas tenham comida suficiente, saudável e segura para viver com dignidade.
O Que É Segurança Alimentar?
Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é o direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades essenciais. Esse conceito está diretamente ligado à justiça social, soberania alimentar, combate à fome e promoção da saúde pública.
A definição mais amplamente adotada vem da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que afirma que existe segurança alimentar quando todas as pessoas, em todos os momentos, têm acesso físico, social e econômico a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade adequada para atender às suas necessidades dietéticas e preferências alimentares.
No Brasil, esse conceito é base da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), regulamentada pela Lei nº 11.346/2006, que criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN).
Cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo vivem em situação de insegurança alimentar- ou seja, enfrentam dificuldades para ter acesso constante a alimentos adequados. Essa situação é influenciada por fatores como pobreza, desigualdade, mudanças climáticas e conflitos geopolíticos.
Relatório SOFI 2024 (FAO/ONU)
O Que É Segurança dos Alimentos?
Já a segurança dos alimentos diz respeito à garantia de que os alimentos consumidos não causarão danos à saúde do consumidor. Envolve o controle de riscos biológicos, químicos e físicos, como contaminações por bactérias (como Salmonella ou E. coli), pesticidas, metais pesados ou corpos estranhos.
É um campo essencial da vigilância sanitária, e sua aplicação prática envolve desde boas práticas de fabricação (BPF) até rastreabilidade de produtos e fiscalização de estabelecimentos. No Brasil, órgãos como a ANVISA, o MAPA e as vigilâncias sanitárias estaduais e municipais são responsáveis por regulamentar e fiscalizar a segurança dos alimentos.
|
Característica |
Segurança Alimentar |
Segurança dos Alimentos |
|
Foco principal |
Acesso a alimentos adequados para todos |
Qualidade e segurança dos alimentos produzidos e consumidos |
|
Abrangência |
Dimensões sociais, econômicas e políticas do acesso à alimentação |
Cadeia produtiva de alimentos (produção, processamento, distribuição, etc.) |
|
Objetivo |
Garantir que todos tenham acesso a alimentos suficientes e nutritivos |
Garantir que os alimentos não causem danos à saúde |
|
Questões relacionadas |
Disponibilidade, acesso, utilização e estabilidade dos alimentos |
Higiene, contaminação, riscos microbiológicos, químicos e físicos |
Interatividade Para Além do Texto
Confira a nossa seleção de conteúdos interativos para se aprofundar nos assuntos:
|
|
Mapa da Fome da FAO 2021 - 2023
|
|
Insegurança Alimentar
|
Você conhece a segurança dos alimentos? Teste seus conhecimentos com o quiz e descubra o que você pode fazer para prevenir doenças transmitidas por alimentos
|
Níveis de Insegurança Alimentar e Nutricional (ISAN)
A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), classifica a insegurança alimentar em três níveis:
Leve: Apresentam comprometimento da qualidade da alimentação em detrimento da manutenção da quantidade percebida como adequada;
Moderada: apresentam modificações nos padrões usuais da alimentação entre os adultos concomitante à restrição na quantidade de alimentos entre os adultos;
Grave: são caracterizados pela quebra do padrão usual da alimentação com comprometimento da qualidade e redução da quantidade de alimentos de todos os membros da família, inclusive das crianças residentes neste domicílio, podendo ainda incluir a experiência de fome.
“Dessa forma, é possível entender que nem sempre a insegurança alimentar e nutricional refere-se a falta de comida na mesa, mas também é sobreo tipo de comida que ali está. Isso fica ainda mais evidente quando a população brasileira passa por mudanças sociais que interferem no consumo alimentar” - Ebia/Ministério da Saúde
Infográfico Brasil
Números com base no Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024)*
*Os dados extraídos do relatório não são publicados em separado, com recorte anual. A FAO, excepcionalmente, informou os números individualizados de 2023 ao Governo Federal brasileiro.
Órgãos e Iniciativas Importantes
O CONSEA - Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional é um órgão consultivo que auxilia na formulação de políticas públicas para garantir o direito à alimentação adequada no Brasil
Agenda 2030 e ODS – Dentre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), há um conjunto de metas globais que promovem tanto a Segurança Alimentar quanto dos Alimentos
PNAN - A Política Nacional de Alimentação e Nutrição tem o objetivo de melhorar as condições de alimentação, nutrição e saúde da população. brasileira
DHAA - Direito Humano à Alimentação Adequada, é o direito de todas as pessoas a ter acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de forma que atenda às suas necessidades nutricionais e culturais, sem comprometer o acesso a outras necessidades básicas
A nutrição adequada só é possível quando se somam os dois pilares: ter o que comer (segurança alimentar) e comer com segurança (segurança dos alimentos). Compreender essa diferença é crucial para atuar em defesa de políticas públicas mais eficazes e para adotar práticas seguras no dia a dia, seja na cozinha de casa ou na indústria alimentícia.
A insegurança alimentar, seja ela leve (preocupação com o futuro acesso à comida) ou grave (passar fome), tem impactos profundos na saúde nutricional, especialmente em crianças, gestantes e idosos.
Ao mesmo tempo, surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTAs), segundo dados da ANVISA, afetam milhares de pessoas todos os anos, prejudicando diretamente a nutrição, imunidade e qualidade de vida.
Para garantir uma alimentação saudável e segura, nutricionistas e os profissionais de saúde devem atuar em dois níveis: garantir acesso a alimentos adequados e assegurar sua inocuidade, ambos fundamentais para a nutrição e políticas de saúde.
Afinal, não basta ter comida no prato, é preciso garantir que ela seja saudável, segura e suficiente para todos.
Fontes: Ministério da Saúde, FAO, Livro CONSEA
23 de abril de 2024
Utilização Integral dos Alimentos
Os alimentos que serão mencionados são os alimentos in natura, que de acordo com o “Guia alimenta...
Saiba mais23 de abril de 2024
Comida já passou da validade, posso comer ?
Apesar das inúmeras discussões sobre a validade dos alimentos, não temos outro caminho a seguir! ...
Saiba mais23 de abril de 2024
Lavagem de vegetais
As hortaliças também podem ser um veículo de transmissão de doenças se estiverem contaminadas com...
Saiba mais23 de abril de 2024
Comida quente na geladeira, pode ?
Antigamente nossas mães ou avós deixavam a comida esfriar totalmente nas panelas, geralmente em c...
Saiba maisCidadão